Um poema
Não é nada
Um poema
É um sopro
Um poema
É uma nota
Musical
Ou o intervalo entre uma canção e outra
O poema é apenas
O poeta tentando
Capturar a poesia
Alguns
Como alguém
Caçando uma borboleta
Outros
Escavando
Em uma mina escura e funda
Que parece não findar nunca
Outros trabalham lapidando
Lentamente
Lapidando
Até que surja a forma perfeita
Tão perfeita
Que até parece natural
Que nem parece ter sido refeita
À exaustão
Como se tivesse vindo à tona
Em simples combustão
Ou num espirro
Ou num acesso de lucidez
Não da alma, é claro
Mas do intelecto
Ele é quem nos dirá
Se o que lemos é ou não é
Poesia capturada
Se pura ou lapidada
Se feita assim
Tijolo por tijolo
Ou o resultado de um jorro
Ou de um jogo
De palavras
Combinadas
Cruzadas
Atiradas para cima
Alinhadas a esmo
Feito recortes
De frases
Tiradas de jornais
Ou imagens de sonhos
Que gostaríamos de ter tido
Ou da dura realidade
Que conhecemos de longe
O poeta é um fingidor
Finge dor
Deveras sente
Mas mente
segunda-feira, 28 de maio de 2007
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